Dr Nasser Reda faz um panorama da situação no Brasil e fala da importância de políticas públicas no combate à doença.
Os números trazem uma triste realidade. Dados da Fundação Oswaldo Cruz apontam que o Brasil possui cerca de 3,5 milhões de usuários de drogas. O problema alarmante é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença crônica, ou seja, sem cura até então.
Dr. Nasser H. M. Reda(CRM-62.859), diz que, quando se fala em dependência química, estamos falando em uso de álcool, tabagismo e drogas ilícitas, como maconha, cocaína, crack, além de medicamentos. “O uso de medicamentos controlados de forma indiscriminada cresceu muito, principalmente nesse período de pandemia. Estamos notando muitos casos de automedicação, o que agrava ainda mais a situação”.
Geralmente o usuário começa influenciado por vários fatores, como curiosidade, amizade, a necessidade de se impor socialmente, mas também pode estar relacionado a algum trauma.
E não são apenas os jovens que são vítimas da dependência química. “Muitos pais de família encontram-se nessa situação. Entre os jovens a situação é crítica, principalmente os que estão em ambientes universitários. Muitas pessoas deixam de cursar uma faculdade por conta do vício. Uma realidade que afeta, até mesmo, muitos médicos”, relata o Dr.
A orientação é para as famílias ficarem atentas ao comportamento da pessoa. É preciso, antes de tudo, a aceitação, tanto do dependente quanto da família. É uma caminhada longa e dolorosa, mas o importante é ter um acompanhamento médico especializado e iniciar a trajetória de tratamento.
Em um momento no qual existe a tendência mundial da liberação da maconha para uso medicinal, o médico explica que é preciso haver políticas públicas, como ocorreu com o tabaco há 20 anos. O Brasil é um caso de sucesso com uma redução significativa no número de fumantes entre 1990 e 2015. Então é preciso ter um trabalho de conscientização relacionado às drogas ilícitas. ” A prevenção é fazer algo que esteja associado à felicidade, a pessoa tenha dignidade, moral, respeito. A droga dá prazer, mas tira todo o restante. Portanto, é preciso que a pessoa faça algo que proporcione todo esse conjunto que ela busca nas drogas, mas sem usá-las. E como isso é possível? Com práticas de esporte, com bons momentos de lazer, de conexão com as coisas boas da vida, em suas mais diferentes formas. Também é preciso muito amor e apoio da família”, conclui Dr Nasser Reda.
Dr. Nasser H. M. Reda – CRM 62.859 | NIT 113.282.995.67
Orientações e
adequações nutricionais específicas para dependentes químicos
(UNIFESP/EPM)